domingo, 16 de dezembro de 2012

Com Lula ou Dilma, PT hoje venceria no primeiro turno
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Se a eleição presidencial fosse hoje, o PT teria dois nomes com chance de vencer no primeiro turno. Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva têm no momento mais intenções de voto do que todos os possíveis adversários somados, aponta pesquisa Datafolha feita na quinta-feira.
Dilma vai de 53% a 57%, conforme o cenário. Lula teria 56% se disputasse a Presidência. No Brasil, vence no primeiro turno o candidato que tem mais da metade dos votos válidos. O PT ganhou três disputas para o Planalto (2002, 2006 e 2010), mas só no segundo turno.
O Datafolha ouviu 2.588 pessoas em 160 cidades no dia 13. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Embora os percentuais de Dilma e de Lula sejam equivalentes na pesquisa estimulada (quando o entrevistado escolhe um nome a partir de uma lista), a situação muda no levantamento espontâneo.
Na pesquisa sem estímulo de nomes, Dilma recebe 26% das preferências.
Com menos da metade, mas isolado em segundo, vem Lula, com 12%. Há também 1% cuja preferência é "PT" ou "vai votar no PT". O petismo somado recebe 39% de intenções de voto espontâneas segundo o Datafolha.
Os candidatos de oposição têm percentuais modestos no levantamento espontâneo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) registra 3%. Os também tucanos José Serra e Geraldo Alckmin têm
2% e 1%, respectivamente. Marina Silva (sem partido) aparece com 1%. Outros 46% não responderam.
Quando o Datafolha pergunta sugerindo cenários, os percentuais de todos os possíveis candidatos aumentam. Foram testadas quatro listas, sendo três com Dilma e uma com Lula. Os petistas vencem em todas.
Editoria de Arte/Folhapress
Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria? Resposta estimulada e única, em %CENÁRIOS DA SUCESSÃO PRESIDENCIAL
JOAQUIM BARBOSA
Uma novidade na pesquisa foi o nome de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, relator do julgamento do mensalão.
Barbosa pontua 9% quando a candidata do PT é Dilma. Ele empata tecnicamente, na margem de erro, com Aécio Neves, que fica com 11%.
Se Barbosa é testado num cenário no qual Lula é o candidato do PT, o presidente do STF registra 10% de intenções de voto. Aécio fica com 9%.
AÉCIO NEVES
Principal nome tucano para 2014, Aécio ainda tem um desempenho tímido.
O melhor percentual de Aécio é quando estão na lista só Dilma, Marina e ele. Aí o senador do PSDB registra 14%. Dilma lidera nessa hipótese, com 57%. Marina marca 18%.
Quando o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, aparece também como candidato, ele subtrai votos de Aécio. Campos fica com 4%. Aécio desce para 12%. Dilma segue liderando, com 54%. Marina não se move e mantém 18%.
MARINA SILVA
Uma surpresa na pesquisa Datafolha é a resistência de Marina Silva. Ela concorreu a presidente em 2010 pelo PV e teve votação expressiva (19,3%), mas saiu do partido e reduziu sua presença na mídia nos últimos dois anos.
Ainda assim, Marina aparece como segunda colocada na disputa para 2014, com percentuais variando de 13% a 18%. Manteve seu patrimônio eleitoral sem ter se dedicado a atividades partidárias.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Em Paris, Lula fala em candidatura e critica a imprensa (Postado por Lucas Pinheiro)

PARIS - Protegido por um forte esquema de segurança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou pública e longamente nesta quarta-feira pela primeira vez, desde as novas denúncias de Marcos Valério que o envolvem diretamente no esquema do mensalão. E, um dia após a revelação do conteúdo do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público, o ex-presidente afirmou que, se um dia voltar a ser candidato, quer o voto dos empresários. Ressaltou que os empresários não votaram nele por “medo”, mas que nunca ganharam tanto dinheiro como em seu governo.

- Espero que um dia, se voltar a ser candidato, eu tenha o voto deles - afirmou.


Na palestra, dedicou-se, porém, a discorrer sobre a crise econômica mundial, no Fórum pelo Progresso Social, em Paris. No final de sua apresentação de uma hora e 20 minutos, fez, aparentemente, uma referência ao destaque que a imprensa vem dando ao recente depoimento de Valério à Procuradoria Geral da República:

- Quando político é denunciado, a cara dele sai nos jornais. Sabe por que banqueiro não aparece? Porque é ele quem paga a publicidade dos jornais - afirmou.

Apesar da declaração de Lula - que em seus dois governos propiciou um lucro líquido recorde do setor bancário, de R$ 199 bilhões, numa amostra de nove bancos de 2003 a 2010, em valores corrigidos para 2011 -, o país já presenciou a punição de banqueiros em casos amplamente divulgados pela mídia.

Um deles envolveu Ângelo Calmon de Sá, ex-dono do Econômico, em 1995, quando o Banco Central decretou intervenção na instituição. Em 2007, a Justiça Federal condenou o banqueiro a 13 anos e quatro meses de prisão por crime contra o sistema financeiro. Em 2000, foi preso Salvatore Cacciola, ex-dono do Marka, socorrido pelo Banco Central em 1999. Cacciola fugiu para Roma, mas acabou preso novamente em 2007 e deportado. Em 2006, Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos, foi preso com o filho após serem condenados a 21 e a 16 anos de prisão, respectivamente, por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. E em 2008, Daniel Dantas, dono do Opportunity, foi detido por supostos crimes financeiros e tentativa de subornar um delegado federal da Operação Satiagraha.

Lula também fez um resumo dos seus oito anos de governo. E se desculpou antecipadamente por beber muita água durante a fala:

- Confesso que tenho um problema de tomar muita água. Porque, depois do câncer, tenho um edema na garganta que não está 100% curado. Tomo água exageradamente.

Lula contou um pensamento que teve em 2002, ao subir pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto como presidente:

- Perdi tanta eleição, tanta eleição, que, num dia, o povo brasileiro, com dó de mim, me elegeu. Os meus adversários, sobretudo no campo da sociologia, até votaram em mim. Achavam que eu iria fracassar, e eles poderiam voltar ao poder. Mas a História os enganou. E eu, muito mais.

Okamotto questiona depoimento de Valério

Presente no evento, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, questionou a validade da divulgação do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público.

- Pelo que eu entendi, essas informações foram obtidas de forma ilegal. Perguntei de onde vieram, e me responderam: “Um jornalista conseguiu lá no Ministério Público”. E como conseguiu? “Ah, uma fonte”. É um material roubado. Se é que existe, foi obtido ilegalmente, e aí não vou ler. Mas se foi dado pelo Ministério Público, vou ler. Se tiver algo relacionado a mim, vou me manifestar no Brasil se for o caso – disse.

Na agenda do ex-presidente Lula ainda constava um jantar com o presidente da Assembleia Nacional francesa, o socialista Claude Bartolone, na noite desta quarta-feira. Na manhã desta quinta-feira Lula viajará para Barcelona, onde receberá o Prêmio Internacional Catalunha 2012 pela política de crescimento econômico justo de seu governo frente à globalização, dotado de € 80 mil. À noite, o ex-presidente embarcará de volta para o Brasil.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

'Por onde ele anda, é ovacionado', afirma ministro em defesa de Lula


 
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
 
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) defendeu nesta terça-feira (4) o governo do ex-presidente Lula e afirmou que a Operação Porto Seguro, que apura esquema de corrupção e tráfico de influência dentro do governo federal.
Entre os investigados na operação estão Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, com quem Lula tinha uma relação íntima.
"Não é o erro de uma ou de outra pessoa que vai atrapalhar esse projeto que está se consolidando como um projeto de um novo país, onde finamente os esquecidos e excluídos são lembrados, são cuidados. Isso não há campanha, não há erro de algumas pessoas que vai apagar", afirmou o ministro após participar de cúpula social do Mercosul, em Brasília.
Alan Marques - 15.ago.12/Folhapress
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) durante evento no Palácio do Planalto
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) durante evento no Palácio do Planalto
Segundo Carvalho, "o Brasil precisava passar pelo que está passando". O ministro destacou que o ex-presidente é "ovacionado" pela população - durante a cerimônia, foi exibido um vídeo com Lula em que ele lamentava a ausência no evento e defendia o bloco formado entre os países da América do Sul.
"O povo brasileiro sabe o que o nosso governo realizou e está realizando. (...) Por onde ele anda, ele é endeusado, diferente de outros. Porque nós lutamos com amor pelo país.
O ministro disse que o governo continua "de cabeça erguida". "Eu tenho um orgulho absoluto do presidente Lula."
"Por onde eu ando, eu vejo o nosso presidente Lula reconhecido e amado pelo povo. Para mim isso é o que conta. É a nossa sintonia com o povo", disse.

FHC
Questionado sobre declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Gilberto Carvalho fez críticas à gestão tucana. Os dois têm trocado farpas diante da investigação da operação Porto Seguro.
"Muito mais do que no passado, os erros vêm a tona. Aquilo que era colocado embaixo do tapete ou morria numa gaveta de uma procuradoria, agora não morre mais", alfinetou Carvalho. Para o ministro, agora a "corrupção velha" está aparecendo.
"O governo dele não foi isso que ele está dizendo que foi." "Eu tenho respeito por ele, pela historia dele, [mas] não posso ter respeito pelos erros que foram cometidos no governo dele", completou.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Em Moçambique, Lula refere-se à eleição de Dilma como o ‘milagre’ que lhe deu ‘orgulho’



Em seu périplo africano, Lula fez nesta segunda-feira (19) uma palestra na cidade de Maputo, em Moçambique. Falou sobre a política social do seu governo. Na plateia, representantes de ONGs, gestores públicos, executivos de empresas e militantes da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique).
Evocando as diferenças que separam o Brasil de Moçambique, Lula preocupou-se em esclarecer que não era portador de uma receita pronta. “Tudo que eu falar aqui é em função da realidade econômica do Brasil, da realidade política e do potencial do Brasil”, disse.
Lula detalhou o funcionamento do Bolsa Família e, no melhor estilo “nunca antes na história”, deu a entender que, antes dele, o Brasil não sabia o que era investimento social. “Nós começamos a incluir os pobres no orçamento. O Bolsa Família, que atende 50 milhões de pessoas, custa apenas 0,5% do PIB brasileiro.”
Ao final da palestra, Lula referiu-se à vitória de Dilma Rousseff, na sucessão de 2010, como resultado de dois fenômenos: o êxito do seu governo e o auxílio do Padre Eterno. “Todos os sucessos do nosso governo resultaram em um milagre. O nosso país, com muito preconceito, elegeu pela primeira vez uma mulher para presidenta da República do Brasil. Foi a tarefa que me deu mais orgulho.”
Acrescnetou: “Os adversários falavam que ela era um poste, que não entendia nada de política. Pois bem, o nosso poste hoje está iluminando o Brasil.”
Lula foi apresentado ao auditório por Graça Machel. Vem a ser a atual mulher do líder sulafricano Nelson Mandela e viúva de Samora Machel (1933-1986) –um militar moçambicano que liderou uma revolução de inspiração socialista e presidiu Moçambique entre 1975 e 1986, ano em que morreu num acidente aéreo.
Graça (na foto) disse aos presentes que Lula é “símbolo […] de sucesso em uma sociedade desigual.” Ela açulou o ego do palestrante: “Nós vimos sua capacidade de tornar a sociedade menos desigual, de criar milhões de empregos, fazendo milhões de cidadãos saírem da pobreza, promovendo desenvolvimento e o fortalecimento da classe média.”

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Lula recebe prêmio Nelson Mandela de Direitos Humanos

Premiação reconhece contribuição do ex-presidente para a inclusão social e o combate à fome

06 de novembro de 2012 | 18h 05
José Maria Tomazela, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira, 6, o prêmio Nelson Mandela de Direitos Humanos, concedido pela Canadian Auto Workers (CAW), a Associação Canadense de Trabalhadores da Indústria Automotiva. A entrega ocorreu na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A entidade canadense mantém relações de correspondência com a brasileira Central Única dos Trabalhadores (CUT). Lula participou da abertura da Conferência Nacional de Negociação Coletiva Metalúrgica e discursou no evento.
Ex-presidente Lula recebe prêmio Nelson Mandela de Direitos Humanos - Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ex-presidente Lula recebe prêmio Nelson Mandela de Direitos Humanos

Durante a entrega, foi apresentado um vídeo com saudação do presidente nacional da CAW, Ken Lewenza, para quem o prêmio é um reconhecimento à contribuição do ex-presidente do Brasil para a inclusão social e o combate à fome. "Você deu enorme esperança a todos nós, mundo afora, mostrando que há alternativas ao modelo conservador de tantos governos hoje em dia", diz Lewenza na gravação. Lula também discursou no evento. O prêmio, oferecido a cada três anos a uma personalidade mundial, foi concedido a Lula em agosto deste ano. Como a agenda do ex-presidente não permitiu a viagem ao Canadá, a entrega foi transferida para a cidade onde Lula reside.

Tópicos: Lula, Prêmio

domingo, 28 de outubro de 2012


Como Haddad foi escolhido por Lula para ser o novo prefeito de São Paulo

Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo Mil duzentas e quarenta e seis páginas com anotações feitas a lápis desapareceram...

Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo
Mil duzentas e quarenta e seis páginas com anotações feitas a lápis desapareceram na Universidade de São Paulo (USP). De tão detalhados, os apontamentos escritos na margem de cada folha, dos dois lados, pareciam fazer parte do livro Economia e Sociedade , de Max Weber, que sumiu na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Fernando, fã de Paul McCartney e dono do livro, chegou em casa inconformado. "Estela, roubaram o meu Weber. É inacreditável! Todas as minhas anotações viraram pó", disse ele para a mulher. "Roubaram? Mas onde estava o livro?", insistiu Estela, curiosa. "No estacionamento. Dentro do carro", respondeu Fernando, de supetão. Sem entender nada, ela prosseguiu o interrogatório. "E o que aconteceu com o carro? " A conclusão foi lógica: "Ué, roubaram também".
O Fernando do livro é Fernando Haddad, novo prefeito de São Paulo. O "Santana" velho de guerra de "Dandão", seu apelido na juventude, foi furtado em 1995, época do doutorado em Filosofia, na USP. Dezessete anos depois, porém, ele só se lembra das anotações perdidas naquela edição especial da Fondo de Cultura Económica. "Você não tem ideia do que é ler aquele livro inteiro e anotar...", diz o ex-ministro da Educação, professor licenciado de Teoria Política na USP. Ana Estela, casada com Haddad há 24 anos, já está acostumada com essas divagações. "Ele não liga para coisas materiais. Essa parte é comigo. "
Escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para representar a nova geração do PT, pós-mensalão, Haddad agora só tem tempo para ler relatórios sobre São Paulo. "Comprei na Bienal aquele livro do Mandela, mas está no meu criado-mudo. Confesso que durmo a cada cinco páginas", afirma, rindo, o filho de imigrante libanês
Foi às margens do Lago Paranoá, em Brasília, que começou a ser desenhada a candidatura de Haddad, um calouro na política, a exemplo da presidente Dilma Rousseff. A conversa que selou o destino do então ministro da Educação ocorreu num almoço no Gazebo, especializado em comida francesa, em março de 2011. Os emissários de Lula foram o presidente do PT paulista, Edinho Silva, o vice-presidente do partido, Rafael Marques, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o vereador Alfredinho (PT). "O chefe mandou construir a sua candidatura. E aí, você topa?", perguntou Marinho. "Eu topo. Estou à disposição", respondeu Haddad. "Então, vamos discutir as tarefas que você tem de executar. Vamos montar o grupo de apoio para sustentá-lo, mas a liderança tem de ser sua. " Com os tradicionais nomes do PT desgastados, muitos fora de combate desde o escândalo do mensalão, em 2005, Lula fazia planos para Haddad havia algum tempo. Chamava-o de "menino de ouro" e chegou a sondá-lo para concorrer ao governo paulista, em meados de 2009, quando já articulava a candidatura de Dilma à Presidência. "Mas eu ainda não tinha encerrado o meu ciclo em Brasília", diz o candidato.
A crise do mensalão foi o passaporte de Haddad para o comando do Ministério da Educação (MEC), em 29 de julho de 2005. Foi nesse dia que ele assumiu a cadeira de Tarso Genro, convocado às pressas por Lula para presidir o PT, que teve a cúpula dizimada. "Meu filho, mas você aceitou ser ministro com o governo nessas circunstâncias?", indagou dona Norma, mãe de Haddad, preocupada com a nomeação. "Mãe, se não fossem essas as circunstâncias, nunca me ofereceriam o ministério", reconheceu ele.
No fim de 2010, com Dilma já eleita, Haddad estava de malas prontas para retornar a São Paulo, decidido a entregar o cargo, quando Lula fez a proposta que mudou sua vida. "Eu pensei no Fernando como pensei na Dilma. Eu disse a ele: o PT precisa de um nome novo, com um perfil como o seu, para atrair a classe média e ser candidato a prefeito de São Paulo", conta o ex-presidente.
Haddad se entusiasmou, mas expôs uma dúvida: "Há espaço no PT para discutir essa tese? " Lula admite que "não foi uma tarefa fácil" convencer o partido a aceitar o pupilo e, por isso, pediu ajuda a Marinho. "Diziam para mim: 'Ele nem cumprimenta a gente'. Eu respondia: 'Ele é tímido'. "
Apesar de filiado ao PT desde 1983, Haddad não era da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), do próprio Lula e de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil e réu do mensalão. Além disso, havia assinado, em 2005, um manifesto do grupo Mensagem ao Partido, liderado por Tarso, pregando a "refundação" do PT, na esteira da crise. "Foi aquele terremoto político que desencadeou a renovação de quadros no PT", comenta Tarso, hoje governador do Rio Grande do Sul.
Os capítulos seguintes desse enredo tiveram momentos de alta tensão. Favorita nas pesquisas para a sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que chegou a flertar com o PT, a então senadora Marta Suplicy queria ser candidata. Com rejeição na faixa de 30%, foi preterida por Lula, pressionada por Dilma e obrigada a desistir da prévia, que nunca saiu do papel.
Na conversa com ele, em 3 de novembro, Marta chorou. "Eu não entendo, Lula, o que você tem contra mim", desabafou a ex-prefeita.
Os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e o senador Eduardo Suplicy também se retiraram do páreo, a pedido do ex-presidente. "Quando me chamou, Lula falou assim: 'O Fernando implantou o ProUni e fez excelente trabalho. Para ganhar a classe média, tem de ser bonitinho, são-paulino e uspiano'", recorda Tatto. "Ele achava que os votos da periferia já eram nossos e ninguém contava com Russomanno. Foi o nosso erro. " Magoada, Marta boicotou a campanha por quase dez meses e só foi para as ruas um dia antes de virar ministra da Cultura. Para apoiar Haddad, o deputado Paulo Maluf (PP) - que está na lista de procurados da Interpol - exigiu uma fotografia com Lula, no jardim de sua mansão. Era o preço da aliança, que garantiu ao candidato do PT 1 minuto e 35 segundos na propaganda eleitoral de TV, a perda da deputada Luiza Erundina (PSB) como vice da chapa e uma queda de dois pontos porcentuais nas pesquisas. Erundina desistiu da dobradinha com Haddad 24 horas após o anúncio da coligação com Maluf. "Não preciso ser vice para fazer política", protestou. Presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, abriu mão da vaga para o PC do B de Nadia Campeão, sob o argumento de que a ex-prefeita Erundina era "incontrolável".
Aos 49 anos, Haddad foi "vendido" pela campanha como "o homem novo para um tempo novo". Pesquisas mostraram que as falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não colaram nele, mas a foto com Lula e Maluf foi interpretada como a volta do velho coronelismo na política. "Nós fizemos uma cagada", disse Lula depois, a portas fechadas. Marinho admite que, horas antes do almoço na casa de Maluf, em 18 de junho, procurou o ex-presidente na academia onde ele faz reabilitação desde que terminou o tratamento do câncer na laringe. "Ele não queria fazer a foto. Fui porta-voz de um pedido da direção do PT. Fiz e faria novamente", diz o prefeito, candidato à reeleição.
Haddad conquistou Lula ainda em 2004, quando lhe mostrou um esboço do ProUni, programa que concede bolsas de estudo em universidades a alunos carentes. Na época, era secretário executivo na Educação e vinha da assessoria especial do Planejamento, então chefiado por Guido Mantega. Antes, tinha trabalhado com João Sayad na Secretaria de Finanças, na gestão de Marta. "Confesso que achei ruim quando Tarso Genro levou o Haddad para o MEC. Ele ia ser promovido", revela Mantega, hoje ministro da Fazenda. "Dei-lhe a missão de elaborar as Parcerias Público-Privadas e ele conseguiu entregar dentro do prazo um projeto difícil, que funciona bem até hoje. " O candidato do PT odeia atrasos. Na campanha, muitas vezes chegou antes que os aliados aos compromissos. Nem sempre teve a companhia de seus pares e muitos reclamaram de sua falta de traquejo político e do linguajar da academia. Na semana passada, por exemplo, Haddad disse que Russomanno não tinha plano de governo, mas, sim, um "simulacro". Depois, afirmou que a disputa começava a sair da "mornidão" para a fase da empolgação. "Todo mundo tem um Houaiss em casa", devolveu ele, quando questionado sobre o uso de palavras difíceis, numa referência ao dicionário de Antonio Houaiss.
Com 1,83 metro e pinta de galã, Haddad faz sucesso com as mulheres, que não raro trocam o seu sobrenome por "Andrade". Ana Estela confessa ter um pouco de ciúme. "A gente é humano, né? " Além da pontualidade, o petista tem como característica a obsessão por metas. Adquiriu o hábito quando era vendedor da Mercantil Paulista de Tecidos, a loja de seu pai, Khalil, na Rua Comendador Abdo Schahin, paralela à 25 de Março. "Ele saía da Faculdade de Direito, no Largo São Francisco, e ia a pé até lá. Na sobreloja, tinha duas pilhas de livros: uma só aumentava, com aqueles já lidos, e a outra diminuía, com os que tinha de ler", descreve o jornalista Eugênio Bucci, seu amigo e antecessor na presidência do Centro Acadêmico 11 de Agosto, a única eleição que Haddad já disputou. "Eugênio foi o Lula para mim", compara o ex-ministro, ao lembrar que o amigo patrocinou sua candidatura ao 11 de Agosto, em 1985, após o sucesso da chapa The Pravda na diretoria. "Fernando tinha dois ídolos: Karl Marx e Paul McCartney", entrega Bucci, ex-presidente da Radiobrás. Tinha? Até hoje, quando se cansa de assuntos áridos, Haddad surpreende o interlocutor: "Vamos falar de outra coisa. O que você acha de Paul McCartney? ".

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

‘Eu já fui julgado’, diz Lula sobre mensalão na Argentina (Postado por Lucas Pinheiro)

BUENOS AIRES — O ex-presidente Lula esteve ontem na Argentina em um dia de intensa atividade política. Em Buenos Aires, almoçou com a presidente Cristina Kirchner na Casa Rosada, e, em Mar del Plata, participou de um congresso empresarial. Em entrevista ao jornal “La Nación”, daquele país, Lula falou sobre o julgamento do mensalão em curso no Supremo Tribunal Federal. Taxativo, disse já ter sido julgado:

— Eu já fui julgado (pelo mensalão). A eleição da Dilma foi um julgamento extraordinário. Para um presidente com oito anos de mandato, sair com 87% de aprovação é um grande juízo — afirmou Lula, em referência à última avaliação feita sobre seu governo pelo Instituto Ibope, em dezembro de 2010.

Conflito com imprensa é tema de encontros

A guerra entre a Casa Rosada e grandes meios de comunicação da Argentina, principalmente o “Clarín”, também foi tema das conversas de Lula em Buenos Aires. Jovens de La Cámpora, grupo kirchnerista, e outros funcionários que estiveram com o ex-presidente, entre eles o vice-governador da província de Buenos Aires, Gabriel Mariotto, comandam a campanha do governo argentino contra o “Clarín” e outros meios privados. O “La Nación” também abordou o tema.

— Eu aprendi a não ficar reclamando e a dizer que a imprensa é culpada de tudo — afirmou Lula na entrevista ao jornal argentino. — O governante nunca, em hipótese alguma, deve ter medo de conversar com a sociedade. Não podemos ver cada pessoa que se aproxima na rua como um inimigo.

Mais tarde, em congresso empresarial sobre desenvolvimento sustentável em Mar de Plata, Lula abordou a crise econômica global e disse ser necessário buscar convergências entre os setores público e privado para encontrar soluções.

— Os líderes mundiais devem entender que o problema não é somente econômico, é fundamental apelar para a política para enfrentar os novos desafios. Precisamos de mecanismos para enfrentar a especulação no mercado financeiro internacional — defendeu.

Segundo Lula, a crise “nasceu e explodiu” no coração do mundo mais desenvolvido e foi provocada pela falta de regras no setor financeiro.

*O jornal "La Nación" é um dos 11 diários que fazem parte do Grupo de Diarios América (GDA), assim como O GLOBO

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/eu-ja-fui-julgado-diz-lula-sobre-mensalao-na-argentina-6438840#ixzz29eDH8Mym
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sábado, 22 de setembro de 2012


Mais de 5 milhões deixaram a pobreza


Rendimento médio atinge R$ 1.345 em 2011, com salto de 8,3% em relação a 2009; camadas pobres avançam mais e desigualdade cai


 O Estado de S.Paulo
Com o aumento da renda e a queda da desigualdade, 5,6 milhões de brasileiros deixaram a pobreza entre 2009 e 2011. Desse total, 2,5 milhões superaram a extrema pobreza. O cálculo, com base na Pnad de 2011, é de Samuel Franco e Andrezza Rosalém, pesquisadores do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.
A linha de pobreza média usada pelos pesquisadores (ela varia regionalmente) é de renda familiar per capita de R$ 220. A de extrema pobreza, que caracteriza insuficiência de renda para alimentação adequada, é de R$ 110.
Entre 2009 e 2011, a proporção de brasileiros pobres caiu de 23,9% para 20,6%, e a de extremamente pobres, de 8,4% para 6,9%. Em 2001, a pobreza abrangia 38,7% dos brasileiros e a extrema pobreza atingia 17,4%.
O rendimento médio do trabalho atingiu R$ 1.345 em setembro do ano passado (quando foram coletados os dados da Pnad 2011), num aumento de 8,3% em relação a 2009.
Todas as regiões do País tiveram aumento da renda média do trabalho, com destaque para o Nordeste, com alta de 10,7%, para R$ 910, e para o Centro-Oeste, onde a elevação de 10,6% levou o rendimento médio para R$ 1.624, o maior do País.
O aumento da renda, como vem ocorrendo desde 2004, deu-se de forma bem mais forte nas camadas inferiores da pirâmide social, o que proporcionou um forte recuo da desigualdade em 2011, na comparação com 2009.
Dessa forma, a renda mensal do trabalho dos 10% mais pobres deu um salto de 29,2% entre 2009 e 2011, saindo de R$ 144 para R$ 186. Em termos anuais, é um ritmo chinês de crescimento, de 13,7%.
Se for tomada a metade mais pobre dos trabalhadores, a renda mensal média em setembro de 2011 foi de R$ 508, 14,8% a mais que os R$ 443 de 2009 (com alta média anual de 7,1%).
No outro extremo da pirâmide, os trabalhadores que fazem parte do grupo dos 10% mais ricos saíram de um rendimento médio de R$ 5.280 em 2009 para R$ 5.581 em 2011, numa evolução bem mais modesta de 5,7% - ou 2,8% ao ano. No grupo do 1% mais rico, a renda média do trabalho subiu de R$ 15.437 em 2009 para R$ 16.121 em 2011, num incremento de 4,4%, ou 2,2% ao ano.
Segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pnad 2011, o índice de Gini da distribuição da renda familiar per capita saiu de 0,536 em 2009 para 0,526 em 2011. O índice de Gini é uma medida de desigualdade que varia teoricamente de zero a um e piora à medida que aumenta. O índice de Gini da desigualdade da renda do trabalho no Brasil caiu de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011.
Marcelo Neri, presidente do Ipea, considera que a melhora em termos de trabalho, desigualdade e pobreza entre 2009 e 2011 é "mais do mesmo", referência aos avanços constantes desde o início da década passada. "Mas conseguir isso num momento de piora da economia global é melhor ainda", ele acrescenta.
Segundo Neri, a "função bem-estar", que combina alta da renda e queda da desigualdade, deu um salto de 8,54% entre 2009 e 2011.
Andressa Carla dos Santos, de 30 anos, está feliz e quer mais. Com a autoestima elevada e um carro na porta de casa, ela pretende concluir o curso de Administração e continuar apostando em sua qualificação profissional.
"Minha visão de mundo mudou", avalia ela ao comparar a Andressa de alguns anos atrás, uma estressada caixa de supermercado, com a atual, empregada há dois anos na concessionária Rota dos Coqueiros, no município de Cabo de Santo Agostinho. Nos últimos anos, Andressa fez "mais de 10 cursos" de qualificação oferecidos pela empresa, foi promovida duas vezes e passou do salário de R$ 719 para R$ 1.300 mil. "Líquidos", frisa.
A meta é crescer mais na companhia, que opera, por concessão, a Via Parque e a ponte Wilson Campos Júnior - primeira no Estado com cobrança de pedágio -, que dão acesso ao litoral sul pernambucano e ao complexo portuário de Suape. Andressa quer aproveitar o bom momento da economia em Pernambuco para continuar a realizar sonhos. / ANGELA LACERDA, DE RECIFE

sexta-feira, 31 de agosto de 2012



Ibope: Haddad, 16%, aproxima-se de Serra, 20%

Saíram do forno novos números do Ibope sobre a disputa de São Paulo. O ex-azarão Celso Russomanno (PRB) mantem-se no topo da pesquisa, com 31%. Bem abaixo, José Serra (PSDB), com 20%, e Fernando Haddad, com 16%, medem forcas pela segunda colocação.
Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos –para o alto ou para cima— Serra pode ter de 17% a 23%. E Haddad, de 13% a 19%. Significa dizer que a dupla encontra-se tecnicamente empatada.
Na véspera, o Datafolha divulgara números próximos. Atribuíra a Russomanno os mesmos 31% captados pelo Ibope. A Serra, 22% e a Haddad, 14%. Também nessa sondagem, a margem de erro é de três pontos.
Ouvido antes da veiculação das pesquisas Serra atribuiu a crescenterejeição que inspira no eleitorado ao fato de os opositores martelarem que, se eleito, abandonará novamente a prefeitura, como fez em 2006.
“…Isso está sendo explorado pelos adversários. Como eles não têm muito a dizer a meu respeito, ficam batendo na questão da saída da prefeitura, dizendo que vou sair de novo, para ser candidato a presidente ou governador.”
A parcela do eleitorado que torce o nariz para Serra foi de 38% para 43%, segundo o Datafolha. A suspeita de nova deserção decerto ajuda a compor a encrenca. Mas rejeição desse tamanho parece insinuar algo mais profundo. Serra talvez seja vítima de um fenômeno que os aviadores chamam de “fadiga de material.”

quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Recife: Candidato do PSB dá salto em pesquisa




O governador pernambucano Eduardo Campos revela-se um bom carregador de poste. Num intervalo de 40 dias, levou seu candidato à prefeitura de Recife de 7% para 29% no Datafolha. Nesse mesmo período, o candidato de Lula oscilou negativamente de 35% para 29%.
Ou seja: Geraldo Julio (PSB), o poste de Eduardo, partiu do nada e chegou ao empate com Humberto Costa (PT), o experimentado senador que se apresenta ao eleitorado como preferido do pernambucano ilustre Lula.
O petismo aposta em Lula para tentar levar Humberto ao segundo turno. Afora as aparições na tevê, planeja-se um ato público com a presença do ex-soberano. Suprema ironia: o prestígio de Lula é confrontado com a popularidade do governador que, sob sua presidência, encontrou os cofres sempre abertos em Brasília.
A polarização PT X PSB fez murchar a oposição. Antes na segunda colocação, o deputado Mendonça Filho caiu de 22% para 9%. Encontra-se agora atrás de Daniel Coelho (PSDB), que foi de 8% para 12%. O Datafolha mediu as intenções de voto noutras praças. Aqui, os achados do Rio. Aqui, os de Belo Horizonte. Aqui, Porto Alegre. E aqui, Curitiba.

terça-feira, 14 de agosto de 2012


Marisa: Lula ‘não tem interesse’ em candidatura

A ex-primeira-dama Marisa Letícia disse que o marido “não tem interesse” em disputar novamente a Presidência da República em 2014. Em maio, Lula dissera que, se Dilma Rousseff não desejasse recandidatar-se, ele poderia se animar. “Não vou permitir que um tucano volte à Presidência do Brasil”, afirmara.
Segundo Marisa, “foi uma brincadeira” de Lula. Em conversa com a repórter Karen Marchetti, ela disse que “Dilma é quem deve disputar a reeleição.” Acha que a sucessora do marido “está fazendo um bom governo, com boa aprovação.” De resto, Marisa jura que, longe de Brasília, sua vida “mudou para melhor.” Disponível aqui, a entrevista vai reproduzida abaixo:
– Como está sua vida após deixar a presidência? Mudou muito a sua rotina?
 Mudou para melhor. Gostei muito de ser a primeira-dama durante os oito anos. Mas hoje posso pensar mais em mim e na minha família. Como primeira-dama, tinha de cumprir uma agenda e agora posso focar mais no particular, diferentemente de quando estava na Presidência. Era muita pressão e exigia muito de mim. Por isso falo que hoje é melhor. Hoje foco a minha vida na minha agenda e me dedico ao meu marido, filhos e netos.
– Como primeira-dama, o que foi importante durante os oito anos?
Foi uma experiência inexplicável. Tive a oportunidade de conhecer o mundo todo. O Brasil eu já conhecia, quando fiz a Caravana da Cidadania e nas campanhas de Lula. Mas eu não conhecia o mundo e tive essa grande oportunidade, mesmo com as agendas oficiais. O importante disso tudo foi ver a transformação no País durante esses oito anos e a valorização do nosso povo. Ninguém vai esquecer desse homem (Lula). O Brasil mudou e para melhor. O povo brasileiro é respeitado no mundo todo e isso mudou durante as duas gestões de Lula. O povo ser respeitado é o meu e o nosso grande orgulho. Lutamos tanto e conseguimos. Não fizemos para nós, fizemos para o povo. Vai ficar para história. Não tem jeito. Foi uma experiência de vida e que valeu a pena toda dificuldade e luta que fizemos.
– Em São Bernardo, a senhora tem participado de eventos oficiais e é anunciada como uma liderança política. A senhora se reconhece como uma liderança?
Eu não vou para este lado de ser uma liderança política. Eu gosto de fazer e trabalhar. Ser uma militante mesmo. Muitos falam que deveria me candidatar e participar de fato da vida política, mas eu não gosto. O meu interesse é ajudar, trabalhar e ser uma militante. Sempre gostei de política, ajudei a criar o PT, ajudei a criar a bandeira, participei de reuniões importantes e momentos históricos do partido, mas como Marisa militante e não como liderança.
– Na descoberta do tumor na laringe do Lula, qual foi a sua reação e o que pensou naquele momento?
Foi muito difícil. Na verdade, um dos mais difíceis da minha vida. Nem me fale dessa doença. Tudo nessa vida é difícil, mas se você tem força, luta e sai da dificuldade. Diferente de uma doença, que não depende só da gente. A gente fica refém da doença. E a descoberta do câncer foi difícil e me abalou muito. Mas estava firme e forte ao lado de Lula. Foram cinco meses de tratamento sem passear, sem sair e no pé. O momento mais difícil para mim foi quando Lula não podia comer. Eu o proibi de falar, mas ficar sem comer mexeu muito comigo.
– Foi difícil segurar o Lula para evitar os excessos durante o tratamento? Muito. Eu que tive que segurar as rédeas. Dizer não para muitas coisas e muita gente. Falei para muitos amigos não irem em casa, porque o Lula não iria receber ninguém. Os médicos me pediam isso, porque o Lula não podia falar e estava um pouco fraco, pois não podia comer. O Lula estava sempre de mau humor e não era porque ele queria estar, mas era uma das consequências dos remédios. Neste período fui muito rude com os amigos, mas agora estamos todos de bem. Eles entenderam o motivo.
– A cura da doença e a liberação dos médicos foram recebidos com alívio por vocês? A senhora avalia que Lula está bem para dedicar-se à campanha? Recebemos a notícia com muita alegria e alívio. Sempre acreditamos na recuperação, mas foi muito bom ter essa liberação. Lula tem de retomar a agenda e participar da campanha, senão ele fica doente dentro de casa. Agora que os médicos liberaram, tenho de soltar ele. Antes, os próprios médicos pediam para eu segurar, agora não tem mais jeito. É claro que a agenda não será tão sacrificada. Será uma programação que ele possa ter um tempo para ele. Ele vai ter um tempo pela frente para se restabelecer. Os médicos liberaram o Lula para campanha, mas pediram bom senso. Esses dois meses de campanha são para a garganta desinflamar. Vamos fazer uma reunião e a agenda mesmo será definida nos próximos dias. Por enquanto, não temos datas e locais.
– Na sua avaliação, o Lula deveria disputar outra eleição para presidente ou qualquer outro cargo?
Não. Ele também não tem interesse. Há alguns meses ele falou brincando que se a Dilma não quiser, ele sairia, mas foi uma brincadeira. Lula não precisa mais disputar eleição. Dilma é quem deve disputar a reeleição. Está fazendo um bom governo, com boa aprovação. Ela está ótima e representando bem as mulheres.
A senhora lembra como foi a última noite antes de Lula ser empossado presidente da República e da última noite antes de deixar a Presidência?
Foi um mix de emoção nessas duas noites. Antes da posse de presidente, foi mais chocante. Não estávamos acreditando. A gente falava, me belisca para ver se é verdade. Na primeira noite no Palácio, não dormi. Era tudo muito grande e era uma euforia. Mas deu tudo certo, era trabalho e trabalho. Por isso, quando fomos passar a faixa para Dilma, foi mais fácil. Diferentemente da posse, na última noite em Brasília conseguimos dormir. Sempre soube que o Palácio não era a minha residência. A minha casa é em São Bernardo. Eu e o Lula saímos de cabeça erguida. Sentimos falta no começo, porque trabalhamos muito, mas logo depois Lula começou a trabalhar no Instituto Lula e teve uma agenda lotada.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

OBAMA PODE VIRAR LULA


Sidney Rezende | 08/06/2012 21h27

O discurso de hoje do presidente Barack Obama sobre a necessidade de se gerar mais empregos nos Estados Unidos por uma combinação público-privada e a sua receita para barrar a crise europeia via crescimento, e não cortes, bate com as propostas para os mesmos problemas tornadas públicas há alguns anos pelo presidente Lula.
Obama disse hoje exatamente a mesma coisa que Lula. A diferença do que acontece na Europa agora e nos Estados Unidos e o Brasil daquela época é que aqui optou-se pelo crescimento, regulação do mercado, interferência no Estado em algumas ações de agentes econômicos, incentivo a setores geradores de emprego, políticas de compensação e estímulo ao consumo. Deu certo. Coincidência?
Na verdade, não chega a ser a descoberta da pólvora barrar a estagnação com crescimento e consumo. Dar um basta na austeridade absoluta é um certo estilo Keynes de tratar o que hoje chamamos de "crise na Zona do Euro".
Por isso, Sarkozy foi para casa e, se bobear, até o povo alemão manda Angela Merkel vestir pijama logo, logo.
Obama disse com todas as letras que a crise europeia será superada pela flexibilização e não com mais cortes.
Ou Obama cola no estilo Lula ou perderá a eleição para Mitt Romney.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Médico libera Lula para fazer ‘tudo o que quiser’(Josias de Souza)


O cardiologista Roberto Kalil, coordenador da equipe médica que cuida de Lula no hospital Sírio-Libanês, disse que o paciente ostenta um quadro de saúde normal. Mais: está “totalmente liberado para tudo o que quiser.” Exemplificou: “Ele pode, se ele quiser, ficar falando por 24 horas.”
A avaliação do doutor Kalil foi feita nas pegadas de uma bacteria de exames a que Lula se submeteu nesta segunda. Abaixo, a íntegra do boletim médico que resumiu os resultados:
O ex-presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, esteve hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para avaliação médica previamente agendada que incluiu exame de sangue, PET-CT, ressonância nuclear magnética e laringoscopia.
Todos os exames foram considerados normais. O paciente foi liberado para atividades normais, sem qualquer restrição de natureza médica. As equipes médicas que o acompanham são coordenadas pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Artur Katz, Paulo Hoff, João Luís Fernandes da Silva, Luiz Paulo Kowalski, Rubens de Brito Neto e Claudia Cozer.

quinta-feira, 19 de julho de 2012



Relatório da OIT mostra que pobreza no Brasil caiu 36% em 6 anos


Dados da  Organização Internacional do Trabalho apontam que a redução da pobreza em  seis anos favoreceu 27,9 milhões de pessoas

EFE
O nível de pobreza no Brasil diminuiu 36,5% desde 2003 graças a ampliações de planos sociais e progressivos aumentos do salário mínimo, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pelo escritório local da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"A redução da pobreza entre os trabalhadores está associada diretamente ao aumento real dos rendimentos do trabalho, à ampliação da cobertura dos programas de distribuição de renda e ao aumento da taxa de ocupação, sobretudo na área do trabalho formal", indica o estudo divulgado pela organização.
Os dados da OIT coincidem, em linhas gerais, com os do governo federal, e apontam que a redução da pobreza em 36,5% favoreceu 27,9 milhões de pessoas, que passaram a fazer parte das camadas mais baixas das classes médias.
Segundo os parâmetros da OIT, são consideradas pobres pessoas cuja renda seja inferior ao salário mínimo, que hoje é de R$ 622 e aumentará, a partir do próximo ano, para R$ 667,75. Entre os planos sociais e de transferência de renda, a OIT destaca o impacto do Bolsa Família, que em 2004 ajudava cerca de 6,5 milhões de famílias e agora chega a 13,3 milhões de famílias, com um investimento que em 2011 foi de a R$ 16,7 milhões.
O relatório aponta que, apesar dos "consideráveis avanços", 8,5% da população brasileira ainda vive em condições de extrema pobreza, com renda mensal inferior a R$ 70. Além disso, o relatório diz que apesar de o Brasil melhorar em termos de formalização do trabalho, calcula-se que cerca de 30% da massa laboral do país ainda presta serviços de maneira informal.
"Em linhas gerais, há uma evolução muito positiva desses indicadores, mas isso não quer dizer que não persistam ainda enormes desafios", indicou a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.
Entre os desafios, ela citou o caso das mulheres, que em média trabalham anualmente dez dias a mais que os homens, já que em geral continuam a cargo de todas as tarefas do lar, e, além disso, têm mais dificuldades para ascender no mercado de trabalho e ganhar melhores salários.
O relatório sustenta que a população negra persiste como a mais pobre, a menos escolarizada e a que mais tem dificuldades para conseguir empregos de qualidade. A OIT também aponta que o Brasil deve fazer um esforço para dar maiores oportunidades de educação e emprego aos jovens de 15 a 24 anos, entre os quais 18,4% (6,2 milhões de pessoas) não estuda ou trabalha

terça-feira, 26 de junho de 2012



SITE TRADUTOR NO PAINEL DO PAIM 



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Sempre que o leitor acessar um dos Blogs do PAINEL DO PAIM, à direita da página, encontrará os LINKs da Agencia de Notícias GOOGLE NEWS (http://news.google.com/e do Portal EDSON PAIM NOTÍCIAS (http://www.edsonpaim.com.br/),

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sexta-feira, 22 de junho de 2012


PDT faz homenagem para Leonel Brizola no Rio Grande do Sul



| 21 de junho de 2012

O líder da bancada do PDT gaúcho, deputado Gerson Burmann, convidou os deputados pedetistas e demais representantes partidários na Assembleia Legislativa, para a missa que será realizada nesta quinta-feira (21), às 18h30, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, em memória do ex-governador Leonel Brizola. O líder trabalhista faleceu em 21 de junho de 2004, no Rio de Janeiro.

A cerimônia religiosa foi encomendada pelos presidentes nacional do PDT, Carlos Lupi, estadual, Romildo Bolzan Júnior, e do Diretório Metropolitano, deputado Vieira da Cunha.

Filiados, simpatizantes e trabalhistas históricos estão convidados para a missa.

Em São Borja, a deputada Juliana Brizola, ao lado do irmão, ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, presta homenagens junto ao túmulo de Leonel Brizola, no Cemitério Jardim da Paz, pela manhã.

terça-feira, 19 de junho de 2012


Jornais do Mundo Inteiro no Painel do Paim


JORNAIS DO MUNDO

espanhol.org/diarios.htm
NESTA SEÇÃO você encontra jornais do mundo inteiro. É só clicar que você ja estará lá....


domingo, 17 de junho de 2012


Jornal "HOJE EM DIA", de todos os dias, no "Painel do Paim", atualisável para o dia em você clicar no LINK abaixo



PARA ACESSAR A EDIÇÃO ONLINE, DE HOJE, DO JORNAL E LER AS NOTICIAS, CLIQUE NO SEGUINTE LINK:

sábado, 16 de junho de 2012


Dicionário de Português (Aurélio) no Painel do Paim

CLIQUE NO SEGUINTE LINK, PARA ACESSAR O DICIONÁRIO AURÉLIO ONLINE:

http://www.dicionariodoaurelio.com/

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Dicionário de Português (Aurélio) no Painel do Paim

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terça-feira, 5 de junho de 2012


"Conversa Afiada" (Paulo Henrique Amorim) no Painel de Blogs do Paim, atualizável para o Dia em que o Internauta CLICAR no LINK  no seguinte LINK: http://www.conversaafiada.com,br/ 


Sempre que o leitor acessar um dos BLOGS do PAINEL DO PAIM, encontrará, à direita da página, os LINKs do GOOGLE NEWS (http://news.google.com/) e do site de EDSON PAIM NOTÍCIAS (http://www.edsonpaim.com.br/), cujo acesso
No terceiro LINK de cada um dos 599 BLOGS DO PAINEL DO PAIM estamos a colocar sites cujos temas abordados sejam pertinentes com nome do BLOG, com a finalidade de ampliar, ainda mais, o alcance do referido PAINEL.

No caso do Blog "Vida Partidária", o terceiro LINK é o de  "Conversa Afiada", como  se vê ao acessar o referido Blog, através deste LINK:  http://politicapartidaria.blogspot.com.br/, bem como na reprodução abaixo:

Google News

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o que permitirá ao leitor o acesso às postagens destes tres sites, do próprio dia em que o Internauta clicar neles, destarte, transformando cada Blog do Painel do Paim, num verdadeiro jornal diário, tríplice  e AUTOMÁTICO